O reitor da Universidade de Lisboa frisou que o Brasil tem a vantagem da facilidade da língua que “catapulta para uma proximidade ainda maior”.

A Universidade de Lisboa iniciou esta quarta-feira um périplo de quase uma semana por três estados do Brasil para cativar estudantes brasileiros para a instituição portuguesa que ambiciona tornar-se cada vez mais multicultural, disse à Lusa o seu reitor.

“Pretendemos dar a conhecer a Universidade de Lisboa e a vontade que a Universidade de Lisboa tem de acolher estudantes estrangeiros” , afirmou, à Lusa, Luís Manuel dos Anjos Ferreira, à margem da cerimónia de encerramento da conferência do Grupo Tordesilhas, que reuniu, terça-feira, reitores de 55 instituições, 24 do Brasil, 21 de Espanha e 10 de Portugal, na Embaixada de Portugal em Brasília.

O reitor da Universidade de Lisboa frisou que o Brasil tem a vantagem da facilidade da língua que “catapulta para uma proximidade ainda maior”.

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“Mas, da mesma maneira, procuramos estudantes sul-africanos, do Peru, da Colômbia, de Angola, Moçambique, de outros países” , sublinhou.

De acordo com Luís Manuel dos Anjos Ferreira, a Universidade tem cerca de 52.000 estudantes, dos quais, 20% são estrangeiros.

Destes, cerca de 3.500 são brasileiros.

“Nós temos estudantes de 106 países diferentes e isso para nós é uma riqueza extraordinária” , disse o responsável português que estará esta quarta-feira em Brasília, na sexta-feira em São Paulo e na próxima semana no Rio de Janeiro, em sessões de esclarecimento sobre a instituição, a oferta formativa e respetivas condições de acesso.

O objetivo de internacionalização da universidade é uma aposta do reitor para que os estudantes estrangeiros e os portugueses “tenham acesso a uma cultura que é global” e que conheçam as diferentes culturas de cada um, disse.

“O ambiente de estudo, a forma como depois se relacionam, tudo isso é muito importante para a sua vida futura” , acrescentou.

Outra das vantagens do acolhimento de estudantes estrangeiros, explicou, é a classificação nos rankings internacionais, que depende também do número de estudantes internacionais.

“Hoje, as universidades de topo têm de ser internacionais” , sublinhou.

No início de outubro, durante uma viagem oficial ao Brasil, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, disse à Lusa que cerca de 19 mil brasileiros frequentam este ano o ensino superior público em Portugal, o maior grupo estrangeiro, e que “há mais que espaço” para crescer.

“Temos inscritos em instituições do ensino superior cerca de 19 mil estudantes” , de cerca de 26 mil pedidos, afirmou.

De acordo com a ministra, as universidades portuguesas precisam acolher mais estrangeiros devido à baixa natalidade que se sente no país, a qual está a alterar o tecido demográfico do país.