Entre 30 de março de 2022 e 7 de novembro de 2023 o Governo aguentou-se enquanto protagonizava casos – que originaram várias saídas, como os que giraram em torno da TAP – sempre sob o escrutínio do Presidente da República. Agora, o primeiro-ministro é a figura principal na derradeira saída do Executivo, em plena discussão do Orçamento do Estado para 2024, deixando a decisão de partir para novas eleições legislativas nas mãos de Marcelo Rebelo de Sousa.
A Comissão de Inquérito da TAP foi um dos temas quentes do Governo de António Costa.
Esta é uma etapa da vida que se encerra e que encerro com a cabeça erguida, a consciência tranquila e a mesma determinação de servir Portugal”, disse ontem o primeiro-ministro durante o seu discurso de apresentação de demissão, que justificou com “a informação oficialmente confirmada pelo Gabinete de Imprensa da Procuradoria-Geral da República de que já foi ou irá ser instaurado um processo-crime” contra António Costa.
Ainda que a saída do chefe do Executivo seja a derradeira, conduzindo o país para uma situação que está por decidir pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com eleições antecipadas ou com remodelações com recurso à maioria absoluta do PS, estes 587 dias de meia-legislatura ficaram marcados por vários casos.